Nos últimos dois anos, o número de imóveis levados a leilão quintuplicou no Brasil. Isso mesmo: quintuplicou. Segundo dados da Caixa Econômica Federal, em 2024 foram colocados à venda 47 mil imóveis, frente a 26 mil em 2023 e apenas 9 mil em 2022 (Fonte: UOL Economia / Estadão Conteúdo).
Esse aumento expressivo é um reflexo direto da inadimplência, que por sua vez é resultado de um cenário econômico desafiador. A inflação alta, o desemprego e os efeitos da pandemia deixaram milhares de brasileiros sem condições de arcar com seus financiamentos. Muitos desses imóveis foram financiados entre 2010 e 2020, ou seja, não são casos recentes — mas agora, com a retomada das execuções, estão voltando ao mercado por meio dos leilões.
Durante a pandemia, a Caixa adotou medidas de mitigação, como pausa nos pagamentos e flexibilização das parcelas. No entanto, com o fim desses programas, o volume represado voltou à tona. Hoje, mais de 30 mil imóveis estão disponíveis para leilão apenas no portal da Caixa — alguns com descontos que chegam a 80% do valor de avaliação.
É nesse cenário que o mercado de leilões imobiliários segue crescendo. Segundo estimativas citadas pela reportagem, a expectativa é de um crescimento adicional de 15% em 2025. Mais do que números, esse movimento revela uma nova dinâmica do mercado — desafiadora para uns, estratégica para outros.
